sábado, 3 de outubro de 2020

3.2


Em meio a uma pandemia, tanta gente foi obrigada a sentir saudades... Talvez por isso, ou talvez por estarmos cada vez mais próximos da data em que completa uma DÉCADA sem você aqui, esteja cada vez mais excruciante aceitar que essa é uma saudade que não poderá ser sanada, por ora...

Dito isso, é quase irresistível não ceder à tentação de pensar no que poderia ter sido... Pensar que eu provavelmente já estaria brigada com você, por você não cumprir o distanciamento social. Ou se você nos surpreenderia, mais uma vez, com a habilidade de tornar qualquer dia comum numa celebração particular (afinal, quando estávamos juntos, tudo se transformava em uma festa rapidinho).

Hoje você completaria 32 anos. Como de praxe, à meia noite, mamis te daria um longo e intenso abraço — e, como se ele por si já não fosse tão potente, ela diria um monte de coisa genuinamente linda e evocaria tantos votos de bençãos que todo sarro de cachimbo do mundo seriam poucos. Como de praxe, meu pai te daria um tênis e, mais tarde, no fim da noite, pediria pra você tocar um milhão de músicas. Esse dia lindo e a lua cheia incrível à noite teriam razão de ser. E o mundo, por mais louco que esteja a cada dia, pelo menos estaria completo.

De toda sorte, não quero que minhas saudades egoístas sejam empecilho pra sua evolução. Hoje infelizmente não poderemos celebrar mais um ano que você habita esta Terra, mas só posso desejar, do fundo do meu coração, que, onde quer que vc esteja, talvez num lugar melhor do que o que estamos, seu espírito cheio de luz e alegria esteja rodeado de amor, enquanto emanamos esse sentimento daqui também.

Vítor Garcês, é um privilégio ser sua irmã, ter crescido com você e ser testemunha no rastro de amor que você deixou no mundo com sua passagem por aqui. Obrigada por tudo. 



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